terça-feira

As múltiplas formas de aprender - Moran


José Manuel Moran, doutor em comunicação pela USP, avaliador de cursos a distâncias no MEC e coordenador de Educação a Distância da Faculdade Sumaré de São Paulo, foi entrevistado pela revista Atividades& Experiências, em junho de 2005.

Para ele a tecnologia cada vez mais está presente no cotidiano dos alunos e professores. A Educação a Distância vem ganhando espaço e favorecendo a criação de grupos de aprendizagem. Por outro lado vem requerendo um profissional flexível, maduro e inovador. Para ele as tecnologias caminham para uma convergência. Um exemplo é a internet que está trazendo muita mobilidade. Hoje, por meio das redes, a EAD aliada à comunicação instantânea permiti a construção de grupos integrados, o que antes era um estudo solitário. Contudo, ele reconhece os desafios relacionados à infra-estrutura que muitas escolas e universidades enfrentam para distanciarem do quadro e giz e o elevado número de professores que estão tateando quanto a utilização adequada das tecnologias, ou seja, o domínio técnico-pedagógico. Considera que o perfil do novo profissional da educação exigirá requinte quanto a desenvolvimento de situações instigantes, desafios, soluções de problemas e jogos. Esse profissional poderá ter vinculo com uma instituição predominantemente e não exclusivamente. Caberá a ele, também, um espírito de colaboração e não de competição. Quando questionado sobre como a escola conseguirá manter o interesse de alunos cada vez mais conectados, uma vez que há alguns que possuem em casa muito mais recursos, ele reconhece que a realidade brasileira é de um grande número de pessoas que ainda não possui recursos tecnológicos. Porém, cabe à escola estimular, os alunos que tem acesso, pesquisa ligada ao cotidiano deles. Dar corpo as atividades a distancia como parte do processo de aprendizagem, também, é fundamental. No desenrolar da entrevista ele chama a atenção para o excesso, o desenvolvimento do senso crítico, a importância de manter o equilíbrio entre o contato físico e o virtual, entre as atividades intelectuais e as socioafetivas. Finaliza pontuando: “A tecnologia é importante, mas sempre é um meio, um apoio, não pode converter-se numa finalidade em si.”

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